8/05/2008

Microtendência - Mercado Individualista


“Olhe ao seu redor, olhe o presente, olhe os números e você verá as microtendências que estão aí e vão dominar o mundo”, aconselhou Mark Penn, durante a palestra de abertura do Fórum Mundial de Marketing e Vendas da HSM, realizada em 3 de junho.Mark Penn iniciou sua palestra comentando sobre o otimismo que costumeiramente destaca os brasileiros, quando lhes perguntam como vai a situação do País. “Diferentemente de em outros países, no Brasil, as notícias sempre são boas. No entanto, as coisas aqui passaram a florescer de fato”. Segundo o palestrante, o Brasil está experimentando muitas das tendências decorrentes do crescimento da classe média. “Surpreendi-me ao ver que as coisas estão indo bem, mudando profundamente”, disse.Penn, especialista em pesquisas de mercado, enriqueceu sua palestra com exemplos que mostram como as microtendências são importantes. Para dar o tom de sua apresentação, citou um erro do passado: “Pensávamos que, à medida que a sociedade de massas aumentasse, seríamos padronizados em rosto e cor. Porém, o que vimos foi que mais individualista ela se tornou.” Para ele, a era das megatendências acabou. Os pequenos grupos tornaram-se poderosos e mudam a face da sociedade tal qual a conhecemos. “A maioria das previsões para o futuro são erradas, porque é necessário entender muito melhor o presente”, esclareceu.Economia Starbucks versus economia FordPenn recomenda que cada empresário se pergunte: “Estou na Economia Ford ou na linha da Starbucks?”. Ele recorda: “A economia Ford baseava-se na pseudo-escolha que você teria de comprar carro de qualquer cor, desde que fosse preta”. A Starbucks, segundo ele, é o modelo oposto, no qual o consumidor pode ter o que quiser, desde que pague a conta. “Você pode ter café com conhaque, café com leite, café descafeinado. São diversas opções para uma xícara de café.”De acordo com Penn, isso acontece por três principais razões: 1. a internet muda a maneira pela qual as pessoas vendem, ao reunir grupos de pessoas dispersas geograficamente;2. o custo da produção de bens personalizados reduziu-se, pois a manufatura está mais eficiente e tornou-se mais econômico produzir bens customizados;3. os indivíduos determinaram que querem ser diferentes – vestir-se, agir, viver, consumir diferentemente.O especialista mencionou que o caso do i-pod da Apple é emblemático como exemplo de mudança, porque se trata do sonho do produto moderno: ser personalizado e, ao mesmo tempo, produzido de modo totalmente padronizado, pois todo o trabalho da customização fica a critério do consumidor.Pequenos, mas poderososGrupos pequenos podem revolucionar um negócio e as estatísticas do Brasil mostram o desenvolvimento de novos mercados. “É uma economia de um trilhão de dólares, baseada em coisas que, antes, eram impensáveis. Os idosos são em maior número, há um crescimento grande no número de consumidores, casais adiam a chegada dos filhos e tornam-se uma classe média que se expande, 45% das mulheres trabalham. Há uma explosão de microtendências no Brasil.”Penn alerta: “A sociedade é uma massa enorme de contradições. Para cada tendência, há uma contra-tendência”. Para cada grupo mais religioso, há um grupo que fala mais de ciência, por exemplo. O que acontece é que esses extremos tornam-se grandes o suficiente para se tornarem mercados.Para o estudioso, as sociedades que privilegiam as microtendências são aquelas que privilegiam a individualidade. “Os marketeiros devem pensar em como produzir para o consumidor que quer customizar seu produto ou fazer como a Starbucks, que customiza para ele”, recomenda Penn.
Fonte: Hsm

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